Lutadores de todo o país fundam uma nova central sindical e popular!

Congresso da Classe Trabalhadora, realizado em Santos/SP, nos dias 05 e 06 de junho, reuniu cerca de 4 mil trabalhadores e ativistas de todo o país.

 

Com a participação de cerca de 4 mil ativistas de todoo país, sendo 3.115 delegados e os demais na condição de observadores e convidados, o Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), realizado nos últimos dias 5 e 6, em Santos/SP, fundou uma nova organização para a luta dos trabalhadores brasileiros: uma nova central, que unifica os setores sindical, popular e estudantil.
A criação da nova central, a partir da unificação da Conlutas com outras organizações, como o MTL e o MTST, já havia  sido aprovada no 2º Congresso Nacional da Conlutas, que reuniu cerca de 2.500 pessoas, sendo 1.800 delegados(as), nos dias 3 e 4. Estiveram presentes delegações de todos os estados brasileiros, com exceção do Tocantins. Eram trabalhadores, aposentados, ativistas do movimento popular, da luta contra as opressões e estudantes, que foram eleitos em centenas de assembleias nos últimos meses. Uma delegação de 355 trabalhadores da educação do Rio participou dos encontros, sendo a maior delegação do Congresso.

 

Instrumento para a luta

 

Em cada rosto, a animação e a expectativa com o encontro. Afinal, todos estavam ali para criar uma nova central que fosse uma alternativa às centrais governistas, para encaminhar as lutas em defesa dos trabalhadores, dos movimentos populares e estudantes. Nos dois dias de discussões, foram intensos debates que, de forma democrática, discutiram o perfil da nova central, que deverá ter independência de classe, ou seja, não pode ser atrelada aos governos e patrões. Também deve priorizar as lutas diretas dos trabalha-dores contra qualquer ataque. Deve ser democrática, com a decisão tomada pela base, e ter uma estratégia e um programa socialista. “Os congressos foram momentos de grande importância, avançando na construção de uma organização sindical, popular e estudantil”, avaliou a Coordenadora Geral do Sepe-RJ, Vera Nepomuceno.  “Milhares de delegados de todo o país, representando mais de 3 milhões de trabalhadores e lutadores sociais, decidiram democraticamente os rumos da sua nova entidade. Agora, é levar essa batalha adiante”, disse Vera.

 

Intersindical abandona plenário

 

Mesmo após terem reconhecido o resultado das votações, a Intersindical, a Unidos para Lutar/CST e o MAS (Movimento Avançando Sindical), organizações que também haviam convocado o Congresso, abandonaram o plenário por terem perdido a votação do nome. Essa decisão foi um desrespeito com os milhares de trabalhadores e trabalhadoras presentes e com a democracia operária. Todos ficaram indignados, afinal, a realização do Conclat foi fruto de um acordo com todas as organizações. “Todos concordaram que as diferenças deveriam ser decididas, democraticamente, pela base, com os votos dos delegados, o que seria respeitado e aceito por todos. Isso é democracia operária”, disse José Maria de Almeida, da Conlutas.  Após a ruptura, com a ampla maioria dos delegados no plenário, o congresso resolveu manter todas as votações, definir uma direção provisória, que dará os primeiros encaminhamentos. Foi votado ainda um chamado aos setores que romperam para que repensem sua atitude e voltem a recompor a unidade. “Ainda vamos insistir para que os setores que abandonaram o Conclat retomem a unificação, porque esse não é um capricho, mas uma necessidade urgente da classe trabalhadora”, disse Zé Maria.